A Għonella é uma vestimenta tradicional da Ilha de Malta e da sua vizinha, Gozo. O capuz foi muito utilizado durante séculos pelas mulheres da Ilha. Mas, não se sabe ao certo como ele surgiu e como foi introduzido aos costumes locais. Como Malta é um local colonizado por vários outros países, é difícil saber […]
A Għonella é uma vestimenta tradicional da Ilha de Malta e da sua vizinha, Gozo.
O capuz foi muito utilizado durante séculos pelas mulheres da Ilha. Mas, não se sabe ao certo como ele surgiu e como foi introduzido aos costumes locais.
Como Malta é um local colonizado por vários outros países, é difícil saber se a vestimenta tem origem de outra cultura.
Você sabe o que é um Għonella e com o que ela se parece?
Como essa peça faz parte da cultura do país, vamos explicar mais sobre a tradicional vestimenta maltesa nesse post e falar sobre algumas lendas que surgiram para tentar identificar a origem da Għonella.
A Għonella, também conhecida com Faldetta, é uma vestimenta feminina utilizada pelas mulheres maltesas há muitos anos. Ela é uma espécie de touca ou um manto com capuz, que cobria apenas a cabeça das mulheres.
O tradicional lenço, foi muito usado durante a época dos cavaleiros, apenas na cor preta ou em tons mais escuros.
Porém, a partir do século XVI, as mulheres nobres passaram a usar a Għonella branca e com detalhes brilhantes para mostrar a sua riqueza.
O capuz era a roupa oficial para ir a igreja aos domingos, porém a peça tinha algumas desvantagens, como:
Com o passar do tempo, a peça ficou mais acessível e ela passou a ser utilizada no dia a dia.
Dessa forma, as noivas utilizam a Għonella branca, enquanto os camponês usavam a cor verde.
A origem da Għonella não é muito clara. Entretanto, alguns estudiosos acreditam que essa roupa é uma evolução do vestido tradicional utilizado pelas mulheres da Sicília. Visto que, Malta foi colonizado pelos italianos.
Por isso, a influência da Itália pode ser vista na culinária e também pode ter influenciado as roupas utilizadas pelas mulheres da época.
Mas, os historiadores não conseguiram definir ao certo a origem da Għonella, por isso, existem muitas lendas para explicar seu surgimento.
Vamos ver algumas delas a seguir.
A lenda local maltesa, acredita que a Għonella foi introduzida em Malta no ano de 1224 D.C. Nesse período, o Sacro Imperador Romano Frederico II comandou um massacre em que muitos homens morreram.
As mulheres viúvas, teriam sido expulsas para Sicília e depois para Malta. Portanto, a roupa passou a ser utilizada como sinal de luto pela morte de seus maridos.
Uma lenda alternativa associa a Għonella com as roupas das freiras e acredita-se que as mulheres maltesas passaram a usá-la no ano de 1798.
A roupa era usada para evitar os assédios dos homens que faziam parte das tropas de Napoleão Bonaparte. Porém, em 1935 um documentário do National Geographic desmentiu essa teoria.
Por último, a lenda religiosa diz que a vestimenta foi adotada para seguir as diretrizes da igreja Católica.
A ordem do Vaticano era que as mulheres deviam cobrir a cabeça antes de entrar nas igrejas.
As mulheres mais pobres, que não tinha dinheiro para comprar a Għonella, utilizavam uma saia para cobrir a cabeça.
A Għonella, era feita de algodão ou seda e a sua principal característica é que ele era sempre preto ou de um azul bem escuro.
A parte superior era engomada com bastante rigidez e tinha uma estrutura mais arredondada para emoldurar o rosto.
O principal objetivo dessa capa era cobrir o corpo das mulheres e fornecer abrigo do intenso sol da ilha.
No inverno, ele protegia contra as baixas temperaturas e era uma proteção para a chuva e dos ventos.
A roupa tradicional foi muito utilizada em Malta durante décadas. Ela era tão comum que existiam costureiras especializadas na vestimenta.
Contudo, a Għonella começou a cair em desuso durante a segunda guerra mundial e, a partir do século 20, não se via mais ninguém utilizando esse modelo de roupa.
Atualmente, é possível encontrar lojas de souvenir que vendem bonecas vestidas com a roupa tradicional maltesa.
Também existem obras de artes que retratam cenas cotidianas em que a roupa era utilizada.
Durante algumas festas e eventos da ilha, é comum ver os trajes sendo utilizados em encenações.
Principalmente pelas altas temperaturas de Malta, seria impossível utilizar uma roupa tão quente hoje em dia. Por isso, a Għonella só faz parte dos registros históricos do país.
Como vimos, a Għonella não faz mais parte das roupas utilizadas pelos malteses nos dias atuais.
Entretanto, ela ainda aparece em algumas ocasiões especiais e sempre chamam atenção.
Nos últimos tempos, a Għonella foi utilizada em alguns momentos marcantes. Vamos ver quais são?
Em 2021, a fotógrafa Daria Troitskaia fez uma sessão de fotos denominada como “The Għonella Series”.
As fotos exibem a Għonella em um contexto diferente e mostra como a peça pode ser moderna e atemporal.
Fotos: Daria Troitskaia
A duquesa Meghan Markle tem origens maltesas, pois sua tataravó nasceu na Ilha de Malta.
Por isso, em 2015, Meghan visitou a ilha para aprender mais sobre os costumes locais e saber sobre sua ancestralidade.
Durante a vista, o momento mais marcante, foi quando a duquesa vestiu a Għonella que pertencia a sua tataravó.
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Malta é um país com uma história muito rica. Por isso, a origem da Għonella ainda é um mistério.
Apesar de não saber ao certo a origem, essa peça de roupa, marcou a forma como as mulheres se vestiam e mostrou o impacto da igreja no país.
Atualmente, a Għonella não está mais presente no armário das mulheres maltesas – até porque, devido às altas temperaturas, seria impossível utilizá-la. Mas, ela faz parte da história da ilha.
E aí, você gostou de saber sobre essa vestimenta tradicional de Malta? Então acompanhe o nosso blog para saber mais novidades!
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