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Entenda como funcionam as escolas em Malta

Quando você planeja uma viagem sozinho, provavelmente toma suas decisões baseado nos benefícios e aprendizados que aquela experiência te trará. Mas e se a viagem em questão envolver não só uma, mas duas, três, quatro (ou mais!) pessoas e seus respectivos interesses e sonhos? Pois é o que vem sido bastante comum, quando muitas famílias […]

Quando você planeja uma viagem sozinho, provavelmente toma suas decisões baseado nos benefícios e aprendizados que aquela experiência te trará. Mas e se a viagem em questão envolver não só uma, mas duas, três, quatro (ou mais!) pessoas e seus respectivos interesses e sonhos?

Pois é o que vem sido bastante comum, quando muitas famílias estão optando por mudar de país, às vezes, por motivos que vão além do sair da zona de conforto. E nesses momentos em que histórias estão sendo reescritas – ou criadas – uma grande dúvida é com relação ao ensino escolar dos pequenos. Será que terão um aprendizado satisfatório em um país com outra cultura, outra língua, outros costumes? 

O importante, nesses casos, é não deixar que as dificuldades do planejamento se tornem empecilhos. E para tirar todas as suas dúvidas sobre o assunto, nada melhor do que alguém com experiência prática! Reunimos uma série de informações sobre as escolas de Malta, e quem colaborou com as respostas foi a Dani Cassar, brasileira, fotógrafa e mãe, que vive na ilha há 9 anos e que sentiu na pele as dores e as delícias dessa mudança.

 

Como saber se posso matricular meu filho? 

De acordo com a Dani, uma das dúvidas mais comuns é com relação aos direitos da matrícula, e a resposta é bastante simples. “Todas as crianças cujos pais estejam em situação regular na ilha têm direito ao ensino escolar”, afirma a brasileira. Por situação regular, entende-se casos de contrato de trabalho ou ainda de cidadania europeia. Cidadãos europeus têm maior facilidade nessa etapa e podem ir direto até a escola escolhida.

Atenção: sem a dupla cidadania e estando somente de passagem pelo país, por exemplo durante 3 meses, não é possível matricular seu filho em uma escola.

Em situações em que se possui um contrato de trabalho ou permissão de moradia, o registro para a escola deve ser feito no Ministério da Educação, em Floriana, mediante apresentação dos documentos a seguir, todos traduzidos e apostilados: certidão de nascimento, documento de custódia (em caso de pais separados), carteira de vacinação, histórico escolar, contrato de aluguel e a cópia do blue paper, ID card ou passaporte.

Uma vez que a criança já está estudando, o processo de rematrícula é automático, diferente do Brasil.

 

Como é dividido o ensino? 

O ensino maltês é dividido em 4 fases, sendo apenas 2 delas obrigatórias.

  • Kindergarten 1 e 2: nada mais é do que o Jardim de Infância, ou ainda o famoso Prézinho. Destinado a crianças de 3 a 5 anos e não é obrigatória, porém necessita de matrícula prévia, entre outubro e fevereiro.
  • Primary School: aqui é quando começa a alfabetização – cedo, se comparado ao Brasil. Destinado a crianças de 6 a 10 anos, e obrigatória.
  • Secondary School: nesse período, os meninos vão para uma escola e as meninas para outra. Destinado dos 11 aos 16 anos, também uma fase obrigatória.
  • Junior College/High School: onde se prepara os adolescentes para a Universidade. Destinado a partir dos 16 anos, e não é obrigatória.

Na educação pública as crianças estudam na escola mais perto ao endereço de casa, mas por conveniência, é possível solicitar uma troca para que elas frequentem uma escola próximo ao trabalho dos pais, por exemplo.

Já com relação ao horário, independente do ano, as escolas possuem somente um turno, não sendo possível escolher em qual período a criança irá estudar.

 

Como é o currículo educacional?

A segunda maior dúvida é com relação ao currículo: se ele engloba o ensino da língua maltesa. Vale destacar que conforme a região, o idioma predominante é o maltês. É o que acontece em cidades mais tradicionais no centro ou sul da ilha, por exemplo, onde o maltês é falado em todas as matérias escolares.

Já em Sliema e St. Julians, devido ao forte turismo e consequentemente à quantidade de estrangeiros, o inglês é a língua predominante, e, portanto, mais falado durante as aulas.

No entanto, assim como no Brasil possuímos uma disciplina de línguas (que costuma ser inglês ou espanhol), em Malta essa disciplina é o ensino da língua maltesa. Assim, as crianças crescem e são capazes de se comunicar nos dois idiomas oficiais do país.

Importante: cabe destacar que essa é uma das principais razões pelas quais alguns estrangeiros optam por matricular os filhos em escolas particulares ao invés das públicas. A questão do aprendizado da língua maltesa, para famílias que de repente não têm pretensão de ficarem no país, acaba sendo um ponto crucial e decisivo, já que a criança provavelmente não usará o maltês.

De forma geral, na Primary School as crianças têm aulas de inglês, maltês, matemática, artes, ciências, estudos sociais, educação física e religião ou ética, na qual os pais têm a oportunidade de escolher.

Já na Secondary School, a Dani nos conta que além das matérias acima os alunos aprendem história, geografia e línguas, onde escolhem por uma terceira língua para estudar, podendo ser o francês, alemão ou italiano. Legal, né?

 

Como é o ano letivo?

O ano educacional começa no final de setembro e vai até o final de junho, com aulas que normalmente se iniciam às 8h30 e terminam às 14h30.

Durante o período, as crianças possuem um intervalo na parte da manhã e outro por volta das 12h, quando podem almoçar ou lanchar, o que é mais comum na ilha.

Para isso, as escolas contam com o envolvimento dos pais, que precisam enviar alimentos para esses dois momentos, incluindo água, já que em muitas escolas não há bebedouro e nem lanchonete nas Primary School.

E há algumas restrições quanto à qualidade dos lanchinhos, conforme observa Dani. “As escolas pedem que os pais evitem sucos e também proíbem alimentos como nozes, chocolates, salgadinhos e frituras. Atualmente eu envio frutas, sanduíches e biscoitos água e sal, mas há pais que optam por preparar pratos como macarrão, ovos e saladas, o que também é permitido”, afirma.

Com relação às férias, elas acontecem em dois momentos: o primeiro são as férias de final de ano, que vão de 23/12 a 06/01; e o segundo, as férias de verão (meio do ano), que duram 3 meses.

Durante as férias de verão é quando muitos pais aproveitam para visitar o Brasil ou ainda fazer passeios pelo litoral europeu, com destinos hiper requisitados.

E falando em viajar, é importante que os pais planejem com antecedência as viagens e compromissos que envolvam os filhos fora do período de férias.

As escolas públicas são bastante rigorosas com relação às faltas e permitem apenas 9 ausências sem justificativa ao longo do ano (motivos como dor de cabeça, dor de barriga e outros aos quais no dia seguinte a criança já está apta pra voltar a estudar). Já as faltas a partir de 2 dias requerem um atestado médico ou papeis que comprovem o motivo da ausência, caso contrário, o Ministério da Educação é acionado e os pais têm até 48h para se posicionar e resolverem a situação.

 

Terei gastos inesperados com a escola ao longo do ano? 

No início de cada ano letivo, assim como no Brasil, o governo se encarrega de fornecer o material didático como livros e afins. Do outro lado, a escola envia a lista de material escolar e o valor das cópias que precisarão ser tiradas, cujo valor varia de acordo com o ano escolar da criança. Assim, os pais podem se planejar e realizar orçamentos para a compra do material.

Com relação ao uniforme, eles são obrigatórios nas escolas públicas e devem ser providenciados pelos pais. O corpo docente leva o assunto bastante a sério (provavelmente por uma questão social, para que não haja diferenças), e preza pelo uso correto dos mesmos, como a cor das meias, os laços no cabelo e assim por diante.

Sobre deslocamento, alguns pais conseguem se organizar para levar e buscar seus filhos na escola, porém há a opção do uso de transporte público gratuito escolar, caso seja necessário. As inscrições devem ser realizadas diretamente no site do Ministério da Educação.

E um extra que talvez valha a pena incluir no orçamento escolar do seu filho é a participação no que chamam Escolas de Verão, quando, durante as férias do meio do ano as crianças vão até a escola para brincar, fazer esportes e aprender atividades lúdicas como artesanato e pintura junto aos colegas de classe. É uma opção para estimular ainda mais a criatividade das crianças, por um valor bastante simbólico, cerca de apenas € 25.

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No final das contas, matricular seu filho em qualquer uma das escolas de Malta é ter a plena certeza de que ele se tornará um jovem com excelente noção de mundo e de modos, graças às oportunidades de convivência com as mais variadas culturas ao longo dos anos.

Agora é a sua vez, compartilhe com a gente se você já tinha ouvido falar do ensino escolar maltês e o que de repente ainda tem dúvidas. Adoraríamos ouvir e poder te ajudar!

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