Em meio a centenas de outros monumentos históricos encontrados nas redondezas do Mediterrâneo, os templos megalíticos de Malta são certamente os mais antigos e emblemáticos da região. As construções, que em sua maioria permanecem em ótimo estado – considerando o tempo – são fonte de contemplação e estudo constante acerca da evolução humana. Com cerca […]
Em meio a centenas de outros monumentos históricos encontrados nas redondezas do Mediterrâneo, os templos megalíticos de Malta são certamente os mais antigos e emblemáticos da região.
As construções, que em sua maioria permanecem em ótimo estado – considerando o tempo – são fonte de contemplação e estudo constante acerca da evolução humana.
Com cerca de 5 mil anos de existência (mais antigas que as pirâmides do Egito e o Stonehenge), os templos megalíticos fazem parte dos Patrimônios Mundiais da Unesco e merecem a visita de todos que visitam a ilha, sem exceção!
A seguir, tudo o que você precisa saber antes de visitar uma das seis construções mais antigas de Malta!
Os dias e horários de funcionamento podem apresentar alterações devido às medidas preventivas do COVID-19.
Formado por três enormes estruturas, esse templo foi acidentalmente descoberto em 1913 por fazendeiros locais, mas passou a ser escavado apenas dois anos depois.
A descoberta do complexo – que é o maior entre os seis – suscitou o interesse e a preocupação pública pela proteção dos tesouros históricos de Malta, que foi fundamental para a promulgação de leis e outras medidas para a preservação desses monumentos!
O que se sabe é que as estruturas megalíticas são datadas entre 3.600 e 2.500 a.C. e que foram reutilizadas de 2.400 a 1.500 a.C.
Elas provavelmente serviam como templos para sacrifícios de animais (fato confirmado pelos relevos encontrados e ossos) e posteriormente como uma espécie de cemitério, local para sepultamento e cremação na Idade do Bronze. As três construções são conectadas com corredores, e cada templo possui um altar decorado com entalhes de silhuetas de animais e humanos, espirais e outra figuras geométricas.
E o que esperar da visita ao Tarxien Temples? Bem, hoje o local conta com uma passarela elevada para melhorar a experiência dos visitantes ao observar os vestígios pré-históricos de uma perspectiva única: de cima!
E além das construções propriamente ditas, existem por lá exemplos únicos de arte pré-histórica como cerâmicas antigas, joias, ossos e estátuas, tudo muito bem explicado e contextualizado com as épocas remotas do período Megalítico.
Endereço: Rua dos Templos Neolíticos, Tarxien TXN 1063
Horário de funcionamento: terças, sábados e domingos, das 10h às 16h30.
Taxas de entrada:
Adultos (18-59 anos): € 6,00
Jovens (12-17 anos), idosos (60 anos e mais) e estudantes: € 4,50
Crianças (6-11 anos): € 3,00
Bebês (1 a 5 anos): grátis
Um dos templos pré-históricos mais bem preservados de Malta, ele recebe esse nome pois Ħaġar vem do maltês para pedras, enquanto Qim significa algo como adoração ou permanecer.
O curioso deste lugar, que surgiu provavelmente entre 3.600 e 3.200 a.C., é que ele nunca foi completamente enterrado, uma vez que as pedras mais altas sempre estiveram expostas. Além disso, o templo concentra alguns dos maiores megálitos usados na construção dessas estruturas, como uma pedra de 5,2 metros de altura e outra de peso estimado em 20 toneladas. Acredita-se que os construtores usaram pedras esféricas e rampas para transportar os pesados blocos de rocha até o local e posicioná-los na vertical.
Outro fato interessante é que em um dos centros de Ħaġar Qim há uma espécie de calendário solar, um buraco circular escavado em alinhamento com o nascer do sol no solstício de verão, cujos raios solares invadem o templo e iluminam uma porção de pedra à frente – fenômeno possível de ser apreciado durante uma visita ao templo nesse dia e horário específico. Há também marcações das fases da lua, o que pode-se concluir que as civilizações eram capazes de acompanhar os dias, meses e as estações do ano!
Quanto à utilização do templo, além de possivelmente ter sido uma área para sacrifícios de animais e abrigo de gado, também pode ter sido usado para rituais religiosos – e não eram habitados. Os esqueletos encontrados por lá eram principalmente femininos, indicando uma hierarquia e domínio da mulher.
Mesmo com muitas evidências, a atmosfera do local ainda é repleta de mistérios e descobertas. A mais popular delas é a estatueta de uma mulher grande, de quadris e coxas largos, características que eram sinônimo de fertilidade!
A visita ao lugar inclui uma passagem por um pequeno museu, logo na entrada, com informações valiosas sobre as construções e seus significados. Os visitantes também podem assistir a um vídeo introdutório antes de se aventurarem pelos templos.
Endereço: Rua Ħaġar Qim, Qrendi QRD 2501
Horário de funcionamento: quintas a domingos, das 10h às 16h30.
Taxas de entrada
Adultos (18-59 anos): € 10,00
Jovens (12-17 anos), idosos (60 anos e mais) e estudantes: € 7,50
Crianças (6-11 anos): € 5,50
Bebês (1 a 5 anos): grátis
Cerca de 500 metros do templo de Ħaġar Qim, ambos fazem parte do mesmo complexo, ao longo da costa sul de Malta e entre as águas azuis do Mediterrâneo, cercados por uma natureza de tirar o fôlego!
As ruínas de Mnajdra estão agrupadas em três santuários, cada qual com vários edifícios conjugados cuja construção teve início mil anos antes que os antigos egípcios construíssem a pirâmide de Gizé, no Egito. O que significa que Mnajdra provavelmente abriga as primeiras estruturas independentes ainda existentes do mundo!
O estudo dos monumentos permitiu que os engenheiros tivessem uma visão dos primeiros métodos de construção megalítica, considerando ainda que o templo central tem uma fachada incomum: duas portas, a primeira que funciona como uma espécie de vigia e a segunda porta aberta com um único degrau à esquerda.
Ainda embora não se saiba muito sobre o estilo de vida dos habitantes neolíticos da ilha (e alguns acreditem que eram marinheiros) os poucos vestígios que ficaram indicam que havia práticas religiosas no templo, além de um sistema de observação solar similar ao de Ħaġar Qim.
Endereço: Rua Ħaġar Qim, Qrendi QRD 2501
Horário de funcionamento: quintas a domingos, das 10h às 16h30.
Taxas de entrada
Adultos (18-59 anos): € 10,00
Jovens (12-17 anos), idosos (60 anos e mais) e estudantes: € 7,50
Crianças (6-11 anos): € 5,50
Bebês (1 a 5 anos): grátis
Localizados em Gozo, os templos de Ġgantija foram construídos em blocos de calcário Coralline, que permitiram a preservação do monumento ao longo de todos os anos e consequentemente o seu estudo. A construção possui um interessante enredo, pois acredita-se que gigantes a construíram – e é daí que seu nome se origina!
Outra lenda diz que uma gigante (que se alimentou de nada além de mel) tenha dado à luz a um filho de um homem comum, e, com a criança pendurada em seu ombro, construiu o templo como um local de culto.
O layout aéreo do monumento se assemelha à forma de uma mulher grande, e o mesmo acontece com os artefatos encontrados no local, o que novamente sugere uma hierarquia feminina durante a era Neolítica. Os estudos sugerem que o uso do fogo era bastante comum dentro do templo, assim como rituais envolvendo animais.
A visitação em Ġgantija começa a partir de uma exposição, num museu com a história e um acervo de vários itens encontrados nas escavações. Depois, os visitantes podem seguir rumo aos dois templos: o sul, maior e mais bem preservado e o templo norte. Há ainda um terceiro, que os arqueólogos pensam ter sido abandonado antes de sua conclusão – e as razões são desconhecidas.
Endereço: Rua John Otto Bayer, Xagħra, Gozo
Horário de funcionamento: quintas a domingos, das 10h às 16h30.
Taxas de entrada
Adultos (18-59 anos): € 8,00
Jovens (12-17 anos), idosos (60 anos e mais) e estudantes: € 6,00
Crianças (6-11 anos): € 4,00
Bebês (1 a 5 anos): grátis
Localizado ao norte da ilha, o templo de Skorba começou a ser escavado apenas em 1960, pelo renomado arqueólogo David Trump, após décadas que o templo permaneceu na sombra por não acreditarem na importância de sua arquitetura.
Na verdade, a relevância desse lugar não reside nos vestígios reais, e sim no que foi recolhido e esclarecido a partir das suas escavações. Isso porque, diferente dos anteriores, este é o único templo megalítico de Malta que conta com restos de várias cabanas habitadas – provavelmente pelos construtores dos templos – datadas de doze séculos antes da construção dos monumentos megalíticos!
Através dessa coleta de informações que os estudiosos puderam detalhar os recursos de vida e os padrões alimentares dos habitantes daquele período.
Outras duas importantes descobertas foram uma miniatura de um templo coberto esculpido em pedra, algo que parece ter saído de uma loja de souvenirs; e a porta de calcário no templo oeste cuja existência demanda que os construtores tivessem tido que transportar blocos de pedra por mais de um quilômetro de distância – e sem equipamentos!
E à parte do fator histórico, o templo de Skorba vale a visita muito também por conta das vistas deslumbrantes da zona rural de Malta, cenário que você provavelmente não verá com facilidade em outros pontos da ilha.
Endereço: St. Anne Square, Żebbiegħ, Mġarr MGR 2210
Horário de funcionamento: quintas a domingos, das 10h às 16h30.
Taxas de entrada
Adultos (18-59 anos): € 3,50
Jovens (12-17 anos), idosos (60 anos e mais) e estudantes: € 3,00
Crianças (6-11 anos): € 2,50
Bebês (1 a 5 anos): grátis
O fascinante cemitério subterrâneo pré-histórico de Malta atrai de apaixonados pelas civilizações antigas a aventureiros. Isso porque o local, com três níveis de subsolo, espaços apertados e tetos baixos, ganha um ar de muito misticismo.
O complexo de Hal Saflieni Hypogeum, ou só Hypogeum, começou a ser escavado em 1903 sob o comando do Padre Emmanuel Madri, mas com a sua morte e a falta de registros acerca das escavações, o arqueólogo Themistocles Zammit teve de assumir a empreitada. A partir daí, além da descoberta do funcionamento do complexo, o local contou com várias restaurações ao longo dos anos a fim de preservar a sua singularidade.
Há muitas histórias e especulações em torno das evidências encontradas, como por exemplo a respeito dos crânios em formato alongado que foram achados junto aos restos mortais de cerca de 7.000 corpos humanos. Após sua descoberta, os crânios estavam em exposição no Museu Nacional de Arqueologia de Valletta quando desapareceram da noite para o dia, sem qualquer explicação.
Quanto à disposição e organização dos “andares”, o Hypogeum funciona assim: cerca de 10 metros abaixo do nível do solo está o primeiro nível, muito similar às tumbas de Xemxija, também em Malta. Esse primeiro degrau é composto de várias covas naturais. Já no segundo nível, pode-se perceber um trabalho de pedra mais refinado nas paredes e onde também se encontram as salas Principal, a do Oráculo e a Sancta Sanctorum. O terceiro nível, segundo arqueólogos, funcionava como um armazém de grãos.
Além de poderem transitar entre alguns pontos das câmeras, os visitantes podem conferir as excepcionais pinturas em vermelho nas paredes, os minuciosos trabalhos de escultura em pedra, itens de cerâmica, amuletos e uma enorme variedade de descobertas reveladas durante as escavações.
Vale lembrar que por conta de seu relevo acidentado, o local não é apropriado para o uso de carrinhos de bebê e/ou cadeiras de roda.
Endereço: Burial Street, Paola PLA 1116
Horário de funcionamento: segundas a domingos, das 9h às 17h mediante reserva.
Taxas de entrada
Adultos (18-59 anos): € 35,00
Jovens (12-17 anos), idosos (60 anos e mais) e estudantes: € 20,00
Crianças (6-11 anos): € 15,00
Bebês (1 a 5 anos): grátis
Se esse artigo não instigou o seu lado curioso e aficionado por história, não sabemos o que pode instigar, hehe. Aproveita e compartilha com alguém que não faz ideia que Malta abriga templos megalíticos tão importantes!
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